
Desmontando Bonecas Quebradas vale-se do procedimento de criação e investigação artística da desmontagem, uma modalidade cênica que coloca a artista criadora no centro da obra, para revelar os passos de sua construção, os desejos, os devaneios, as estratégias e, também, os problemas do percurso criativo do espetáculo Bonecas Quebradas, fazendo da apresentação teatral embate de questões profundas, tanto sociais e artísticas, quanto pessoais e íntimas.
A apresentação propõe-se, portanto, a abrir esse processo de criação, trazendo cenas da peça e estabelecendo com o público uma conversa sobre o percurso da imagem da boneca quebrada: dos primeiros devaneios infantis à descoberta dos casos de extrema violência contra mulheres em território mexicano.
Os objetivos da desmontagem continuam sendo a investigação das relações entre teatralidade, performance e política, e também da noção de uma corporeidade feita de restos e ausências, que incide em nossa percepção cotidiana e na reflexão sobre a violência contra o feminino na América Latina.
Especificamente, pauta-se por uma ação artística e cidadã, que busca dar visibilidade e protestar contra os rumos da violência social e de gênero no continente latino americano, tendo por paradigma a história dos assassinatos de mulheres em Ciudad Juarez, no México, divisa com El Paso, no Texas. Uma situação terrível, que se perpetua no país e para a qual se cunhou o termo “feminicídio”, ligado à esfera dos crimes sofridos por mulheres pelo simples fato de serem mulheres.
No México, a cada 3 horas, uma mulher é asfixiada, violentada, mutilada, queimada, baleada... No Brasil, a cada 1h30, uma mulher é vítima de violência masculina.


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